#COMENTÁRIO
Esta é a urgência que se apresenta com maior proximidade a nós. Nossos
lixos gerados e entregues de maneira desordenada, misturada. Temos que ter
consciência de que cada sacolinha
cheia de lixo que entregamos ao serviço de coleta representa um aumento da grande
carência de processos por trás do ato de retirar de nossa casa.
Até hoje, estes resíduos têm sido empilhados e compactados em terrenos
baldios formando assim bolsões de formação de gases incendiários. Desconsiderando o tempo a ser decorrido para
reutilização desse terreno, há ainda a contaminação
das áreas próximas e dos ribeirinhos que vão formar grandes rios, quando da existência
de chuvas.
Em cidades maiores do interior,
isso já não é mais possível, e para atender às suas necessidades, se utilizam
de terrenos em municípios menores nas circunvizinhanças, pagando-se por isso. Prefeituras
carentes de verba aceitam o depósito desses resíduos sem sequer analisar o risco à saúde de seus munícipes, à
contaminação de seu solo, de seus rios.
Em países mais desenvolvidos esse serviço tem um caráter colaborativo
entre a administração pública e os munícipes. Há toda uma constante evolução
industrial se desenvolvendo com a finalidade de encontrar um meio mais seguro
retornar a parte não reutilizável desses resíduos à natureza. As coletas são feitas com base na prévia separação do lixo gerado pelas famílias ou
indústrias. O nosso problema é que ainda jogamos embalagens e bitucas de cigarro em pleno leito
carroçável em todas cidades braslieiras...
#Disse
Carlos Leonardo
Fonte: Jornal do Brasil
#CONVITE
Nós estamos
preparados para partimos para uma política real de sustentabilidade?
Dê sua opinião (clique no título da matéria para comentar).
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Ariovaldo Caodaglio*
O fato de numerosos municípios brasileiros
não terem erradicado os lixões até 2 de agosto último, descumprindo o prazo
estabelecido pela Lei 12.305, que instituiu a Política Nacional de Resíduos
Sólidos, deixa em aberto um grande desafio ambiental. É muito importante
acelerar o processo para recuperar esse atraso, considerando o significado da
medida para a qualidade da vida. Além disso, verificam-se avanços
significativos nos serviços de limpeza pública e coleta, que precisam ser
devidamente acompanhados na ponta da deposição final. Um exemplo dessa melhoria
observou-se por ocasião da Copa do Mundo. Em todo o país, estima-se que foram
geradas 15 mil toneladas adicionais de resíduos sólidos urbanos, incluindo o
total inerente ao turismo, estádios e Fan Fests nas cidades-sede.
Felizmente, essa grande demanda
extraordinária foi atendida com eficácia, como se observa em alguns casos
pontuais. As partidas realizadas na arena Mané Garrincha, no Distrito Federal,
resultaram em mais de 43 toneladas. As cidades em que se estima maior geração
total são Brasília (1.827,66 toneladas), São Paulo (1.681,20), Rio de Janeiro
(1.616,63) e Fortaleza (1.467,16). A Vila Madalena, bairro da capital paulista que
apresenta concentração de milhares de pessoas, incluindo torcedores
estrangeiros, nos dias de jogo foi recoberta de resíduos após as partidas.
Porém, os serviços de limpeza e coleta restabeleceram com agilidade a sua
limpeza. Este caso específico de São Paulo é emblemático, pois na cidade já não
existem lixões. Todo o rejeito tem sua disposição final em aterros sanitários,
como define a Política Nacional de Resíduos Sólidos. O município aprovou no
início de 2014 seu Plano de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos, que se
encontra em execução e tem total aderência à Lei Federal de Saneamento Básico e
às políticas nacionais da área; Mudanças do Clima; e Educação Ambiental. Dentre
as medidas previstas, destacam-se: construção de aterros sanitários, estações de
transbordo e ecopontos; expansão da coleta seletiva e de estações de triagem; e
projetos-pilotos de compostagem doméstica.
Avanços tecnológicos disponibilizados pelas
empresas concessionárias dos serviços de limpeza e coleta alinham a cidade ao
que há de mais moderno. Incluem-se nisso equipamentos como uma estação de
transbordo que opera à pressão negativa, garantindo o total tratamento do ar
que vai para o entorno, e projetos-pilotos de coleta mecanizada subterrânea e
de superfície, com os mesmos equipamentos utilizados em Barcelona, na Espanha.
Recentemente, inaugurou-se a primeira Central Mecanizada de Triagem, que traz
ao país a mais avançada tecnologia hoje disponível (alemã, francesa e
espanhola) para otimizar a reciclagem. É preciso disseminar esses avanços por
todo o Brasil e agilizar a erradicação dos lixões recuperando-se o tempo
perdido. Tais providências garantirão um grande avanço na área ambiental e
melhoria das condições da vida nos centros urbanos. No tocante aos resíduos
sólidos, já vencemos alguns desafios, mas precisamos recuperar o tempo perdido
com o descumprimento do que estabelece a Política Nacional de Resíduos sólidos.
*Ariovaldo Caodaglio, cientista social, biólogo, estatístico e pós-graduado em
meio ambiente, é presidente do Sindicato das Empresas de Limpeza Urbana no
Estado de São Paulo.
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