#COMENTÁRIO
As pessoas estão perdendo a noção de respeito e individualidade. Até uns tempos atrás, ligava-se essa falta de
noção ao baixo nível de educação familiar, mas o que se vê hoje é que não há
mais essa divisão de classe social.
Essa reportagem quantifica muito bem a real situação, acredita-se que
médicos representam uma classe de pessoas extremamente educadas, de conhecimento
profundo em muitas especialidades e assuntos, e então nos vem essas informações
que seriam corriqueiras se, se tratassem de adolescentes, mas não de médicos...
É simplesmente um absurdo que pessoas ditas idôneas tomem certas atitudes e o
pior, expondo seus, seus pacientes. Como um médico desses pode encarar a
pessoas pós-cirurgia?
E como se sentirá esse paciente ao ver-se exposto dessa maneira, às
vezes, na sua intimidade?
#Disse
Carlos Leonardo
Fonte: Folha de São Paulo
#CONVITE
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situação corriqueira?
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GIULIANA MIRANDA - DE SÃO
PAULO - 20/08/2014
Médicos e outros profissionais da saúde registram
cada vez mais suas rotinas nas redes sociais. O problema é que, frequentemente,
expõem também os pacientes, algumas vezes em situações constrangedoras. No
aplicativo de paquera Tinder – em que os usuários exibem uma seleção de fotos
para atrair a atenção do potencial pretendente –, é possível encontrar imagens
de profissionais em centros cirúrgicos, UTIs e outros ambientes hospitalares. Em
busca feita pela reportagem, foram encontradas fotos em que era possível ver o
rosto dos pacientes, incluindo de um homem sendo operado e uma criança que
fazia tratamento contra um câncer. "Colocar foto de jaleco e dentro do
hospital é 'imã de mulher' no Tinder", diz um médico de 30 anos da rede
pública de São Paulo que costuma usar o aplicativo.
Ele diz que já usou uma foto sua operando, mas
agora tem apenas imagens em que não é possível identificar outras pessoas ou a
instituição de saúde em que trabalha. "Fiquei com medo de que desse
problema", explicou. Segundo o CFM (Conselho Federal de Medicina), o
registro de pacientes, identificando-os ou não, é irregular. "É proibido
tirar essas fotos. Existe uma resolução bem rígida sobre o assunto", diz
Emmanuel Fortes, coordenador do departamento de fiscalização do CFM. Ele diz
que a única situação em que o registro de pacientes é permitido é para fins
científicos, como a exibição em congressos médicos. "Mas tem de haver
consentimento do paciente, além da preservação de sua imagem." Médicos que
desrespeitarem a norma estão sujeitos a punição, inclusive com a perda de
registro profissional, em casos julgados graves. O Cofen (Conselho Federal de
Enfermagem) também veta imagens que não tenham fins científicos.
"Profissionais denunciados e flagrados podem ser processados. As punições
podem ser advertência, multa, censura e até cassação do direito de exercer a
profissão", diz Antônio Marcos Freire Gomes, conselheiro da entidade.
No programa de compartilhamento de fotos Instagram
também não faltam exemplos de pacientes expostos. Como o aplicativo permite
fazer uma busca por palavras-chaves e geolocalização, basta clicar no nome dos
hospitais ou buscar termos médicos para encontrar as imagens.
REPERCUSSÃO
Mesmo com o veto dos conselhos, o vazamento de imagens de pacientes é comum, inclusive em casos de grande repercussão. Circulam na rede fotos do menino que teve o braço atacado por um tigre no Paraná, antes e depois da amputação. A polícia de Cascavel (PR) disse que pretende investigar o vazamento das imagens. Também vazou um vídeo do jogador Neymar dando entrada no hospital pouco após se lesionar na Copa do Mundo, gravado por uma enfermeira que se identificava nas imagens e acabou sendo demitida depois. Preocupada com esses casos, a Sbait (Sociedade Brasileira de Atendimento Integrado ao Traumatizado) acaba de lançar uma campanha de conscientização entre médicos e demais profissionais. "É uma questão ética. Hoje todo mundo tem celular e câmera ao alcance da mão. É preciso reforçar as consequências da divulgação dessas imagens", diz Gustavo Fraga, presidente da SBAIT.
Mesmo com o veto dos conselhos, o vazamento de imagens de pacientes é comum, inclusive em casos de grande repercussão. Circulam na rede fotos do menino que teve o braço atacado por um tigre no Paraná, antes e depois da amputação. A polícia de Cascavel (PR) disse que pretende investigar o vazamento das imagens. Também vazou um vídeo do jogador Neymar dando entrada no hospital pouco após se lesionar na Copa do Mundo, gravado por uma enfermeira que se identificava nas imagens e acabou sendo demitida depois. Preocupada com esses casos, a Sbait (Sociedade Brasileira de Atendimento Integrado ao Traumatizado) acaba de lançar uma campanha de conscientização entre médicos e demais profissionais. "É uma questão ética. Hoje todo mundo tem celular e câmera ao alcance da mão. É preciso reforçar as consequências da divulgação dessas imagens", diz Gustavo Fraga, presidente da SBAIT.
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