Americanos com roupa e armas militares miram em
grupos de manifestantes e tentam dispersá-los com gás lacrimogêneo e balas de
borracha.
#COMENTÁRIO
Os americanos conseguem fazer de seu país, um país de extremos em todos
os sentidos. Essa fobia de ataques terroristas, as constantes batalhas raciais
internas, não tem limites. A cada dia sabe-se de mais casos escabrosos
acontecidos.
A combinação farda/arma sem um preparo psicológico apropriado é sinônimo
de desgraça à vista. Somando isso a racismo aberto e declarado e a paranoia de
serem atacados, é como juntar ingredientes para um bolo. Um bolo explosivo que
deixa sequelas por todos os lados...
No Brasil, essa militarização já é visível, mas apesar de juntar-se ao
racismo (ainda que oculto ou disfarçado), não temos ainda paranoia de ataques
externos. Também corremos o risco de sequelas na sociedade por atos tomados
como represálias...
Michael Brown tinha 18 anos e foi morto a tiros pela polícia no sábado
passado
#Disse
Carlos Leonardo
Fonte: BBC
#CONVITE
Que você acha dessas
atitudes da população?
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Protestos em Ferguson levantam questão racional nos Estados Unidos
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Esta cena não se passou no Iraque ou no
Afeganistão, mas em Ferguson, um subúrbio da cidade de San Luis, no estado do
Missouri, nos Estados Unidos, que tem pouco mais de 21 mil habitantes.
A cidade vive protestos diários desde a morte no
último sábado de Michael Brown, um jovem negro de 18 anos, por tiros de um
policial. Por mais que políticos, entre eles o presidente Barack Obama e o
governador do estado, Jay Nixon, peçam calma à população, a reação enérgica da
polícia para conter os distúrbios parece não contribuir para reduzir a tensão. As
imagens de policiais no alto de veículos militares com suas armas apontadas
para manifestantes com os braços ao alto foram amplamente compartilhadas nas
redes sociais e gerando um grande debate em torno da militarização da polícia
no país. Isso porque esse cenário não ocorre apenas em Ferguson.
Processo de décadas
Organizações como a União Americana de Liberdades
Civis (ACLU, na sigla em inglês) denunciam que a militarização da polícia
americana vem ocorrendo há décadas. "Nos anos 1980, o governo federal deu
acesso aos departamentos locais de polícia a milhões de dólares para o combate
às drogas", explica à BBC a advogada Kara Dansky, autora do principal
relatório da ACLU, "War comes home" (A guerra chega em casa, numa
tradução livre).
Dansky acrescenta que esse orçamento foi usado,
"de forma injusta e desproporcional", em ações empreendidas em
comunidades de minorias raciais. "Além disso, no começo dos anos 1990, o
Congresso autorizou o Departamento de Defesa a dar às polícias locais acesso ao
seu arsenal militar", diz ela. Isso ocorreu com a aprovação da lei de
Autorização de Defesa Nacional (NDAA, na sigla em inglês) e foi reforçado com a
criação do Departamento de Segurança Nacional depois dos atentados de 11 de
setembro de 2001, com a destinação de outros milhões de dólares para as
polícias locais e estaduais. Essa estratégia custou desnecessariamente muitas
vidas, segundo a ACLU.
"Comunidades não são zonas de guerra, e não
acreditamos que os policiais devam tratar as pessoas que vivem nelas como
inimigos. Em nossa investigação, identificamos o uso desnecessário de armas e
táticas paramilitares que punham as pessoas em risco. Além disso, isso gera um
impacto injusto e desproporcional sobre minorias raciais."
Questão racial
No caso de Ferguson, onde mais de 60% da população
é negra e 50 dos 53 policiais são brancos, a questão racial também ganha um
papel de destaque. O uso de força excessiva pela polícia de Ferguson parece ser
tão exagerado que o próprio Obama dedicou parte do tempo de seu pronunciamento
nesta sexta-feira para falar do conflito social nesta comunidade. Mesmo tendo
dito que a polícia de Ferguson tem de enfrentar ações criminosas desde a morte
de Brown, Obama também destacou que "não há desculpa" para o uso
excessivo de força contra manifestantes pacíficos.
Por sua vez, o procurador-geral dos Estados Unidos,
Eric Holder, declarou que o uso de veículos e equipamentos militares envia uma
"mensagem confusa". Holder admitiu que a polícia local do Missouri
aceitou uma oferta do Departamento de Justiça "para receber assistência
técnica, com o objetivo de ajudar a controlar multidões e a manter a segurança
pública sem apoiar-se em demonstrações desnecessárias de força extrema". A
senadora do Missouri Claire McCaskill, do Partido Democrata, pediu a
"desmilitarização da polícia de Ferguson" e qualificou a reação das
forças de segurança como "um problema em vez da solução". "Claro
que respeito o trabalho das forças de ordem para garantir a segurança pública,
mas meus eleitores têm o direito de protestar pacificamente, e a polícia
precisa respeitar e proteger esse direito", acrescentou McCaskill.
Ameaça à segurança pública
Diante de tantas críticas, o chefe de polícia de
Ferguson, Thomas Jackson, justificou tal reação como o que ele descreveu como
uma ameaça para a segurança pública. Segundo Jackson, os saques e distúrbios
que estão ocorrendo na comunidade devem ser combatidos. Além disso, ele
esclareceu que a patrulha das ruas está sendo feita pelas equipes de táticas
especiais, a SWAT, e não por policiais comuns. Dansky, da ACLU, respondeu a
Jackson dizendo que a SWAT faz parte da mesma categoria de forças de ordem a
qual integram policiais comuns.
"E nos preocupa a militarização de todas as
forças de aplicação da lei", disse ela. "Não adianta dizer que não se
trata da polícia, porque temos visto a SWAT se envolver inapropriadamente em
certas situações." Para Dansky, "a polícia de Ferguson deveria ter
suavizado a situação, mas deu uma resposta desnecessária e agressiva, militar,
que teve como efeito a escalada da violência". "A polícia tinha a
obrigação de reduzir a tensão desde o momento em que Michael Brown morreu e
isso não foi feito."
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