Victor (à esquerda), que veio do Haiti, e Amadou
Gana, de Mali, trabalham em São Carlos
#COMENTÁRIO
Está aí um assunto no mínimo intrigante. Eu mesmo já me deparei com esse
pessoal em uma empresa em que recentemente trabalhava. São pessoas esforçadas
no trabalho, quase sempre contratados com baixos salários, desqualificados
profissionalmente. Por onde eles se encontram, há uma mistura muito grande de
dialetos ininteligíveis para nós brasileiros. Para as indústrias e a construção
civil, eles caíram como “uma luva” a procura de mão de obra nessas áreas. Os
brasileiros estão se especializando mais e os que não o fazem, não aceitam
serviço pesado...
O que deveria estar ocorrendo é o incentivo ao brasileiro estar
completando essas vagas em vez de estarem voltados à vadiagem e ao crime. As
dificuldades existentes no mundo são muito grandes, mas há aqui dentro uma
enormidade de desamparados pelo sistema. Deveriam esses, serem os primeiros a
estarem realizando seus sonhos de vida.
Em suma, primeiro deveríamos cuidar de nosso quintal para depois ajudar
o vizinho a resolver seus problemas...
#Disse
Carlos Leonardo
Fonte:
#CONVITE
Você acha justa a
presença desses estrangeiros no mercado de trabalho?
Dê sua opinião (clique no título da matéria para comentar).
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ISABELA PALHARES - DE
RIBEIRÃO PRETO - 18/08/2014
Longe da família e de seu país há 15 meses, o
haitiano Victor Wimex, 33, já planejou
tudo o que fará nas quatro semanas que terá ao lado da mulher e da filha. Elas
chegam ao Brasil em setembro.
Wimex e cerca de outros 700 imigrantes foram
contratados nos últimos dois anos para trabalhar em empresas do interior de São
Paulo, por meio da pastoral Missão Paz, que atua na capital. A entidade
católica existe para auxiliar a imigrantes conseguirem emprego. Abriga 110 pessoas, que permanecem lá enquanto
não conseguem colocação no mercado. Apenas nos primeiros seis meses deste ano,
a pastoral já recebeu 8% a mais de imigrantes que em todo o ano passado. Até o
início de julho, 2.612 imigrantes foram abrigados pela Missão Paz.
Em 2013, a pastoral recebeu 2.400 estrangeiros,
sendo 70% haitianos – e o restante de países como Congo, Senegal, Síria e
Honduras. Além da Pastoral, a Prefeitura de São Paulo abriu em maio deste ano
um abrigo com 150 leitos. Na semana passada, havia 200 imigrantes no local. Só
neste ano, 1.700 passaram pelo abrigo.
A prefeitura disse não ter dados precisos sobre quantos
foram empregados, mas estima que cerca de 1.000 tenham conseguido emprego. Após
chegar ao Brasil, Wimex foi selecionado para trabalhar na rede de restaurantes
Graal, em São Carlos (a 232 km de São Paulo). "Aprendi português com um
amigo, que também me ensinou serviços de encanador e eletricista", contou
Wimex, que agora trabalha na cozinha do restaurante.
Ao contrário da maioria dos haitianos acolhidos
pela Missão Paz, Wimex veio para o Brasil com visto de trabalho e conseguiu os
documentos necessários para trabalhar com a ajuda da pastoral. Desde o
terremoto no Haiti em 2010, Wimex disse que encontrou dificuldades para
encontrar emprego. Ele trabalhava como encanador, mas o salário era
insuficiente para cuidar da família. Em setembro, quando a mulher e a filha de
dois anos chegarem, Wimex já sabe onde levá-las: ao shopping. "É lindo.
Elas vão adorar."
COIOTES
De acordo com o padre Paolo Parise, responsável
pela pastoral, a maioria dos haitianos ainda entra no país por meio de
"coiotes" – pessoas que recebem até US$ 4 mil para facilitar a
entrada ilegal no país. Entram pelo Acre e depois seguem para São Paulo. "Auxiliamos
a conseguir a documentação para eles se legalizarem e poderem trabalhar no
país", disse Parise. "E, então, fazemos a intermediação com as
empresas". Dos 2.612 imigrantes recepcionados pela pastoral neste ano,
1.363 (52%) já foram empregados, segundo o padre. Uma parte foi contratada por
empresas no Sul, principalmente frigoríficos. Outros foram empregados no
interior de SP, principalmente em construtoras e oficinas mecânicas. A região
de Ribeirão Preto (a 313 km de São Paulo) recebeu 30 estrangeiros por
intermédio da pastoral neste ano. Eles vieram do Haiti, da República do Mali e
Honduras. Wimex disse que manda de 40% a 60% de seu salário para a família no
Haiti. Ele mora em um alojamento nos fundos do restaurante em que trabalha, com
outros 30 funcionários (entre eles, haitianos, africanos e bolivianos). Amadou
Gana, 27, veio do Mali, na África Ocidental, para o Brasil há um ano e trabalha
com Wimex. Disse que em seu país há oferta de emprego, mas a remuneração não é
boa. Ele trabalhava como atendente em um mercado. "Estou com saudades de
casa. Quero voltar para o Mali e ver minha família, quero trazê-los para
cá", disse.
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