#COMENTÁRIO
Imagine você que tenha um terreno grande e completamente tomado por
mato. Então você contrata duas pessoas para capinarem o dito terreno. Todo dia
à tarde, você passa pelo terreno e vê o resultado dos trabalhos do dia. Um dia,
um dos contratados vem-lhe falar em particular reclamando de que está ganhando
pouco. Você pensa, acha que não é tão pouco que paga a cada um deles, porém ele
ameaça a ir embora. Como o serviço está no meio e não pode parar, você toma a
decisão dar-lhe um pequeno aumento, mas só para ele e pede-lhe sigilo.
Contente com o aumento, o contratado volta a trabalhar. Mas com o passar
dos dias o resultado da capinagem não se altera em nada em termos produtivos,
continua no mesmo ritmo. Isto é, você paga mais e a produção não aumenta.
É exatamente isso o que ocorre com a produção no Brasil. O trabalhador brasileiro
em sua grande maioria, não tem comprometimento com seu contrato de trabalho, se
auto-valoriza demais e tem um resquício de maldade e desrespeito para com o
patrão. Acrescente a tudo isso as influências de sindicatos pelegos que nada ou
quase nada traz em benefício do empregado, apenas idéias revolucionárias, pouco
compreendidas pelo trabalhador, mas que acirram o desrespeito com o
contratante.
#Disse
Carlos Leonardo
Fonte: Folha de São Paulo
#CONVITE
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ÉRICA FRAGA - DE SÃO
PAULO - 20/08/2014
A capacidade de competição da indústria brasileira
sofreu uma reviravolta negativa na última década. Hoje, o custo de produzir no
Brasil é 23% maior do que nos Estados Unidos. Em 2004, era 3% inferior. A
conclusão é de um estudo recém-divulgado pela consultoria The Boston Consulting
Group (BCG). A pesquisa comparou os custos de produção dos 25 principais países
exportadores do mundo. Além dos Estados Unidos, o custo de produção no Brasil
ultrapassa, significativamente, o de outros países emergentes como China,
Índia, México e Rússia. A consultoria analisou os custos de produção dos 25
países levando em conta quatro fatores: salários na indústria, produtividade do
trabalho, custo de energia e taxa de câmbio.
Segundo o BCG, o Brasil perdeu competitividade em
todos os quesitos analisados. Com isso, o custo de produção da indústria no
país aumentou 26% em relação ao dos EUA entre 2004 e 2014. Salários mais
elevados combinados com um crescimento muito fraco da produtividade explicam
três quartos desse aumento. O BCG ressalta que os salários pagos na indústria
mais do que dobraram ao longo da última década.
BAIXA EFICIÊNCIA
O problema, segundo a consultoria, é que essa
tendência não foi acompanhada por um aumento significativo da produtividade dos
trabalhadores brasileiros. Um forte ganho de eficiência teria permitido às
empresas conseguir um aumento de sua capacidade de produção suficiente para
cobrir os maiores custos trabalhistas. Mas a produtividade cresceu apenas 1% ao
ano no período analisado. O lento aumento da eficiência é explicado por fatores
como baixa oferta de mão de obra qualificada, falta de investimento,
infraestrutura inadequada e burocracia excessiva. A consultoria afirma ainda
que o forte aumento do preço da eletricidade para a indústria – que dobrou na
última década – e o maior custo do gás natural também contribuíram para erodir
a capacidade de competição do setor no país.
SOB PRESSÃO
De acordo com a tendência do custo de produção ao
longo da última década, o BCG classificou os países em quatro grupos. Os que se
encontram em situação mais crítica foram chamados de "sob pressão". É
nesse grupo que o Brasil foi incluído. As demais nações classificadas assim
foram China, Rússia, República Tcheca e Polônia. Entre os cinco, o Brasil foi o
que teve o maior aumento de custo de produção, segundo o BCG. No outro extremo,
entre as chamadas "estrelas emergentes globais", estão México e
Estados Unidos. A competitividade dos dois países foi impulsionada por fatores
como baixo aumento dos salários e ganhos de produtividade. O relatório ressalta
que o mundo deixou de ser dividido em continentes competitivos versus caros. Atualmente,
há casos de países muito competitivos e outros nem tanto em todos os
continentes. Segundo o BCG, isso deve guiar as decisões de investimento no
futuro. A consultoria prevê que a produção industrial deve se tornar cada vez
mais regionalizada, centrada nos países mais competitivos de cada uma das
regiões.
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