#COMENTÁRIO
Essa é uma nova moda que esta começando
a pegar. A praticidade em função do seu tamanho é muito grande, porém os títulos
ainda não são completos. Mas há muitos e bons livros disponíveis.
Já muito bem aceito pelos mais jovens e
média idade, muito embora estas classes façam parte da segmentação de leitura
voltada a livros técnicos e curriculares, é nos adultos e idosos que este tipo
de equipamento poderá encontrar seu grande universo. Ainda não o é, mas poderá
sê-lo. Esse grupo de pessoas tem por tradição levar um certo tempo para aceitar
mudanças, principalmente tão radicais, como deixar de postar um livro, de
mostrar sem querer sua capa para curiosidade dos outros...
#Disse
Carlos Leonardo
Fonte:
Folha de São Paulo
#CONVITE
Você já usa um e-reader?
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REINALDO JOSÉ LOPES - COLABORAÇÃO
PARA A FOLHA - 16/09/2014
O hábito de ler em meios digitais ainda é
minoritário – menos de 5% dos livros vendidos hoje no Brasil são e-books,
enquanto o número nos EUA chega a 25% –, mas cada vez mais pessoas aderem aos
livros eletrônicos. Faz alguma diferença, para o bem ou para o mal?
Comparações entre os dois tipos de leitura indicam
um empate técnico.
Por um lado, é possível que ler uma narrativa num
e-reader (aparelho projetado para a leitura digital) atrapalhe um pouco a
percepção que a pessoa tem da estrutura da história, ainda que não interfira em
outros aspectos. Por outro, a possibilidade de personalizar detalhes do texto
parece ajudar quem tem dificuldades de ler no papel.
A ligeira desvantagem do leitor digital foi
identificada num estudo liderado por Anne Mangen, da Universidade de Stavanger,
na Noruega. Ela dividiu 50 estudantes em dois grupos – um tinha de ler a versão
em papel de um conto da americana Elizabeth George, enquanto o outro lia o
texto num e-reader Kindle. Depois, tinham de responder a perguntas sobre o
conto. A percepção sobre os personagens da narrativa, por exemplo, não variou
de forma significativa entre os grupos, e a sobre objetos da história foi até
melhor entre quem lia via e-reader, mas os usuários do Kindle sofreram mais
para identificar a sequência correta de acontecimentos na trama.
Já a equipe de Matthew Schneps, do departamento de
educação científica do Centro Harvard-Smithsonian de Astrofísica (EUA),
trabalhou com mais de cem adolescentes com dislexia (dificuldade de leitura e
escrita). A comparação foi entre ler em papel e em iPods Touch configurados
para mostrar de duas a três palavras por linha em letras grandes. O resultado: os
adolescentes com mais dificuldade para captar o som das palavras, bem como os
que tinham menos capacidade de atenção visual, tiveram melhora significativa na
velocidade de leitura e na compreensão. A possibilidade de personalizar os
aparelhos é um dos trunfos dos e-readers, afirma Carla Viana Coscarelli,
especialista em letramento digital da Faculdade de Letras da UFMG (Universidade
Federal de Minas Gerais). "Do ponto de vista da acessibilidade, isso é um
achado. O mesmo vale para a conversão de texto para áudio no caso de leitores
com deficiência auditiva", compara.
No entanto, no caso de leitores sem grandes
dificuldades, ela aponta que não há diferença entre os meios. "O trabalho
cognitivo de fazer inferências e perceber ideias implícitas é o mesmo", diz.
"A situação ainda é muito fluida, porque os dois tipos de leitura
continuam misturados, e essa transição vai ser demorada", diz Ana Elisa
Ribeiro, doutora em linguística aplicada e professora do Centro Federal de
Educação Tecnológica de Minas Gerais. Uma das variáveis que influenciam os
hábitos de leitura é a relação da pessoa com cada tipo de livro. E-readers e
tablets têm tido impacto grande em quem lê textos acadêmicos – nesse caso, a
tendência é trabalhar só com o formato eletrônico.
"Por outro lado, vi um estudo interessante com
aqueles romances populares femininos, do tipo 'Júlia' e 'Sabrina'. Nesse caso,
as pessoas tendem a comprar em papel uma grande quantidade de títulos, em
especial os preferidos delas", diz Ana Elisa. Também não parece haver diferença
no tempo de leitura entre livros digitais e impressos, ou mesmo no nível de
concentração. "Mesmo que você esteja ouvindo música e lendo no tablet ao
mesmo tempo, sua atenção só vai ter um único foco", exemplifica Ana Elisa.
"É uma faca de dois gumes. Outros aplicativos podem acabar tirando você do
texto, mas você também pode usá-los para procurar uma palavra no dicionário,
acessar vídeos ou blogs sobre o tema. A experiência de leitura não
necessariamente fica mais dispersa – pode se tornar mais aprofundada."
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