Grupo
de senegaleses em abrigo no Acre; eles esperam visto para trabalhar no país
#COMENTÁRIO
Apesar de
sermos muito receptivos, temos que levar em consideração o risco de estarmos
deixando entrar em nosso país esse pessoal africano sem uma triagem mais
acurada.
Isso não é segregação, não é exclusão, não é maldade alguma é apenas precaução
por uma contaminação possível. A ideia não é levar a situação ao extremo de não
admissão de pessoas oriundas daquela região, mas sim tentar identificar um possível
contaminado entre eles e isola-lo para tratamento.
Para que isso
seja possível, o Estado tem urgentemente que assumir efetivamente o controle
dessa situação embaraçosa e perigosa, tem que deixar de fazer as coisas acontecerem
mais ou menos, para “inglês ver”
#Disse
Carlos Leonardo
Leia também:
OMS declara emergência
internacional para conter surto de ebola na África
Países africanos
intensificam medidas para conter ebola
O risco de o ebola
entrar no Brasil
OMS cobra a ajuda do
Brasil contra o ebola
#CONVITE
Não acha que o Governo deveria se empenhar mais na prevenção desse problema?
Dê sua opinião (clique no título da matéria para comentar).
PATRÍCIA BRITTO - ENVIADA
ESPECIAL A RIO BRANCO - 15/09/2014
Diante do receio de ter a entrada
no Brasil recusada devido à preocupação com o vírus ebola, imigrantes do
Senegal têm se identificado como haitianos na fronteira do Acre com Bolívia e
Peru, dizem senegaleses à Folha.
O surto de ebola provocou mais de
2.000 mortes em países da África Ocidental neste ano, principalmente na Guiné,
em Serra Leoa e na Libéria. No Senegal, foi confirmado apenas um caso. Mas
imigrantes do país alojados em um abrigo em Rio Branco mantido pelo governo do
Acre afirmam que agentes da Polícia Federal têm dificultado a entrada dos
africanos no Brasil. A Polícia Federal foi procurada, mas não respondeu aos
questionamentos da reportagem. Na quarta (10), após matéria do jornal "O
Globo" afirmar que africanos estavam sendo barrados na fronteira, a
instituição disse em nota que não há orientação de restringir acesso de
imigrantes do continente ao Brasil. "Dissemos que somos haitianos. Se
dissermos que somos do Senegal, volta todo mundo", disse à Folha um jovem de 29 anos que
pediu para não ser identificado. Segundo ele, a pele negra e o sotaque francês,
semelhante ao creole falado por haitianos, ajudam a confundir as
nacionalidades. O jovem diz que pretende ir para Passo Fundo (RS), trabalhar no
setor têxtil. Ele afirmou que, ao passar pela PF na fronteira de Assis Brasil
(a 340 km de Rio Branco) com Bolívia e Peru, os senegaleses dizem que são
haitianos e que perderam os documentos durante a viagem.
Assim, conseguem entrar no país e
seguem para o abrigo na capital acriana.
ROTA
O coordenador da Secretaria
Estadual de Justiça e Direitos Humanos, Ruscelino Barbosa, que administra o
alojamento em Rio Branco, diz que o Estado conseguiu identificar "três ou
quatro" casos de senegaleses que fingiram ser haitianos. Segundo ele,
quando são descobertos, a PF é avisada. "Eles são orientados a dizer que perderam
os documentos. Como muitos são extorquidos na viagem, a Polícia Federal
autoriza que eles sigam para o abrigo. Quando chegam lá, os documentos
'aparecem' e eles fazem o processo de pedir visto normalmente", disse o
coordenador. Segundo ele, não há nenhuma suspeita de ebola no abrigo até o
momento. O Acre pediu ao governo federal reforço de equipe para prevenir a
entrada do ebola no país, mas, até quinta-feira (11), a rotina no abrigo de
imigrantes em Rio Branco não havia mudado.
Não há avaliação médica dos
recém-chegados.
Os senegaleses chegam ao Brasil
pela mesma rota usada pelos haitianos, passando por Equador e Peru, em viagens
intermediadas por coiotes. Até o Equador, a viagem é feita de avião a partir de
Dacar, capital do Senegal, com escala em Madri (Espanha). Segundo o
infectologista Esper Kallás, professor da Faculdade de Medicina da USP, é muito
pouco provável que o ebola esteja sendo transmitido no Senegal, país que teve
só um caso confirmado da doença e dois suspeitos. "É cedo para pensar em
barrar os senegaleses, não há epidemia fora de controle naquele país",
diz. "Um caso só numa população de milhões é muito pouco para estabelecer
uma barreira sanitária."
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