#COMENTÁRIO
Utopia. Eterna e doce utopia.
Para nosso desespero, é tudo o que
podemos dizer numa comparação do Brasil e o tema descrito na reportagem abaixo.
É urgente a necessidade de se fazer algo em prol da proibição de armas no
Brasil. Particularmente, não sou a favor da proibição, acho que a simples
responsabilização de seu uso, sem amparo do estado tanto jurídico como médico
assistencial, já seria o suficiente para se fazer pensar duas vezes antes de
comprar uma arma.
Mas, já que foi feita a proibição de seu uso numa
megalomaníaca demonstração de poder, então que se complemente a retirada de
armas existentes no País, embora estejam elas em mãos de bandidos. Ou a
intenção era desarmar apenas a população, que poderia ser considerada uma
ameaça ao poderio da Corte? Ou a bandidagem e meliantes armados tem
representatividade muito forte dentro da própria Corte?
Brasil
Como seria bom se você amasse seus
brasileiros honrados, filhos teus que não fogem à luta do dia... Como seria bom
se deixa extirpasse essa corja de brasileiros que querem apenas destruí-lo e
você não vê... Utopia, eterna utopia...
#Disse
Carlos Leonardo
Fonte: Terra
#CONVITE
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Maior parte dos
policiais britânicos não usa armas; modelo teria dificuldades de ser implantado
no Brasil
Foto: BBCBrasil.com
Um forte
controle sobre o acesso a armas de fogo e condições sociais e culturais fizeram
com que as polícias da Inglaterra e do País de Gales disparassem armas apenas
três vezes entre maio de 2012 e abril de 2013 – sem matar ninguém.
Os
números chamam atenção quando comparados aos de outros países. No Brasil, a
conta dos tiros dados por ano nem é feita. Em relação às mortes provocadas por
policiais, um levantamento feito pela BBC Brasil apontou que, no ano passado,
foram mortas 1.259 pessoas pela polícia em 22 Estados brasileiros que
forneceram dados à reportagem.
Mesmo nos
Estados Unidos, país desenvolvido como o Reino Unido, a média é de 400 mortos
pela polícia a cada ano.
Segundo
especialistas ouvidos pela BBC Brasil, três fatores ajudam a explicar a baixa
letalidade da polícia britânica: os policiais praticamente não usam armas; os
cidadãos (e criminosos) também raramente têm armas; e há menos pobreza e
desigualdade social do que no Brasil.
Não andar
armada é característica central da identidade da Metropolitan Police - que
responde pela região de Londres - desde que ela foi criada, em 1829. No início,
alguns policiais tinham armas. Mas, após 1936, apenas oficiais com treinamento
específico passaram a usar armas de fogo - hoje, eles estão restritos a cerca
de 5% do contingente.
Toda
força policial britânica tem uma unidade armada, mas este é o último recurso
que costuma ser utilizado - e precisa ser autorizado com antecedência. No dia a
dia, o policiais usam armas de menor potencial ofensivo, como Tasers (que
contêm o suspeito por meio de um choque elétrico).
"A
polícia britânica não quer nem precisa carregar armas de forma rotineira",
disse o presidente da ACPO (Association of Chief Police Officers), Hugh Orde.
"Nosso
modelo de policiamento depende de uma estreita ligação entre o público e a
polícia. O uso mínimo de força e um mínimo de interferência com o cidadão são
uma parte vital desse vínculo, gerando confiança e legitimidade", afirma.
Na
opinião de Orde, ao olhar para outras polícias do mundo fica óbvio que
"trazer armas de fogo na equação do policiamento não resolve o problema
dos crimes violentos ou protege policiais de serem feridos ou mortos."
Desarmamento
De fato, os números de policiais britânicos mortos não se comparam aos do Brasil. Desde 2007, apenas dois policiais morreram baleados em serviço na Inglaterra e no País de Gales.
De fato, os números de policiais britânicos mortos não se comparam aos do Brasil. Desde 2007, apenas dois policiais morreram baleados em serviço na Inglaterra e no País de Gales.
A
ausência de armas não torna os policiais britânicos extremamente vulneráveis
porque a maior parte dos criminosos também não está armada.
O Reino
Unido tem uma das legislações mais restritivas ao uso de arma em todo o mundo.
O controle se tornou ainda mais rígido em 1997, um ano após um massacre em uma
escola na Escócia ter gerado uma campanha popular que culminou na proibição das
armas de fogo no país.
"A
posse de armas legais ou ilegais no Reino Unido não está na escala de muitos
países, o que é uma coisa boa. Como resultado, a polícia geralmente não
encontra infratores transportando ou usando armas com muita frequência",
diz Richard Garside, diretor do Centro para Estudos de Crime e Justiça no Reino
Unido.
Entre
2012 e 2013 (os dados são calculados por ano fiscal), dos 551 homicídios
cometidos no país, apenas 29 foram causados por arma de fogo, segundo dados do
ONS (Office for National Statistics). No Brasil, armas de fogo são responsáveis
pela maior parte dos homicídios.
Mas os
especialistas acrescentam que os baixos índices de letalidade no Reino Unido
estão, de uma forma mais profunda, ligados à própria estrutura da sociedade.
"Tem
muito mais a ver com a história, a cultura, os níveis de desigualdade. Não
temos favelas como as do Brasil. Quando há altos níveis de desigualdade
tende-se a ter mais crimes e outros problemas", afirma o professor da
Universidade de Wolverhampton Peter Waddington, especialista em polícia e
segurança.
"O
Reino Unido, comparado a outros países, é relativamente mais pacífico por causa
dos nossos arranjos sociais e políticos. A polícia é, em um sentido importante,
até irrelevante" acrescenta Garside.
Como
exemplo desse arranjo social, Garside aponta, por exemplo, o sistema de saúde
britânico, gratuito, como um diferencial em relação até mesmo aos Estados
Unidos – país mais rico do mundo, mas onde a polícia mata muito mais do que no
Reino Unido. Outro diferencial, diz, é que os Estados Unidos permanecem
“profundamente divididos” por questões raciais.
Brasil
Seria possível, então, adotar o modelo britânico no Brasil e ter uma polícia sem armas?
Seria possível, então, adotar o modelo britânico no Brasil e ter uma polícia sem armas?
"Você
não tem em Londres o tráfico de drogas com fuzil, dando tiro em cima do
policial. Os instrumentos da polícia para conter e solucionar os crimes
precisam ser proporcionais", diz o coronel Ubiratan Ângelo, da ONG Viva
Rio e ex-comandante geral da Polícia Militar do Rio de Janeiro.
Na
opinião dele, o Brasil poderia se inspirar no Reino Unido em relação à
legislação sobre o acesso a armas. Ângelo afirma que 60% das armas aprendidas
pela polícia foram produzidas de forma legal, mas acabaram caindo nas mãos de
bandidos.
"A
arma dá uma falsa sensação de segurança. Primeiro, porque ela acaba ficando com
os criminosos. Segundo, porque ela só oferece segurança se a pessoa está preparada
para usá-la. Ter uma arma no porta-luvas ou guardada em casa não adianta nada,
porque o ladrão não avisa quando vai vir", diz.
O diretor
do Brazil Institute do King’s College de Londres, Anthony Pereira, também acha
que “o Brasil está longe de uma polícia desarmada”, devido ao grande número de
armas na sociedade e aos altos índices de homicídio.
"Há
cerca de 50 mil homicídios por ano no Brasil. Nestas circunstâncias, será
politicamente muito difícil convencer a polícia a andar desarmada", diz.
Pereira,
assim como outros especialistas, afirma que a polícia britânica não deve ser
idealizada: há suspeitas de corrupção, acusações de preconceito e críticas
tanto quanto ao uso de armas Taser como de armas tradicionais – no início do
mês, uma pessoa morreu baleada pela polícia, após dois anos desde a última
morte.
Além
disso, o caso do brasileiro Jean Charles de Menezes, morto por policiais após
ser confundido com um terrorista na esteira dos atentados no metrô de Londres
em 2005, mostra que ainda há muitos problemas a serem enfrentados.
Mas a
noção de policiamento comunitário, diz Pereira, é algo que poderia ser
aproveitada pelo Brasil. No Reino Unido, afirma, as delegacias são mais
acessíveis às pessoas, a polícia tem reuniões mensais com as comunidades e seu
trabalho é complementado por membros civis.
"Se
houver pressão política, acho que a Polícia Militar pode caminhar no sentido de
se tornar uma polícia mais pacífica e voltada para a comunidade”, afirma.
A
abordagem dos temas da violência policial e da violência contra os policiais
como parte da cobertura especial da BBC Brasil sobre as eleições de 2014 foi
sugerida em uma consulta com leitores promovida pelo #salasocial - o projeto da
BBC Brasil que usa as redes sociais como fonte de histórias originais.
BBC Brasil
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