sexta-feira, 29 de agosto de 2014

Cai uso de cartão de crédito nas compras feitas em shoppings




#COMENTÁRIO

Poder-se-ia dizer que cai as vendas de uma maneira geral, mas não cai a presença de frequentadores em lojas e shoppings em todas as cidades. Com a elevação das classes sociais C e D para a dita classe média, também vieram as maneiras de comprar dessas pessoas. Um costume mais especulativo que efetivo, de muita verificação de preços, de valorização de preços e não de qualidade ou marca do produto. Já para os jovens, essa regra não é muito respeitada, eles costumam gastar tudo o que podem em grifes e modernidades.
As incertezas do que pode acontecer no pós-eleição são realmente um fator preponderante na queda de vendas, principalmente à antiga classe média, já mais preparada e conhecedora dos efeitos de uma inflação estartada. Há ainda o agravante de que algumas lojas inadvertidamente estão diferenciando preços quando a compra é feita com cartões de crédito ou de débito.



#Disse

Carlos Leonardo



#CONVITE

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JOANA CUNHA - DE SÃO PAULO - 29/08/2014  

O uso de cartões de crédito ou cartões de loja nas compras feitas nos shoppings brasileiros perdeu espaço nos últimos anos, segundo estudo da Abrasce (Associação Brasileira de Shopping Centers).
A parcela dos compradores que optam pelo pagamento a prazo vinha se mantendo em um patamar de 40% nas pesquisas realizadas desde 2006, mas registrou uma queda para 32% neste ano, conforme o levantamento.
O hábito foi substituído pelo pagamento com cartão de débito, que passou de 24% para 29% desde 2012, além do uso de dinheiro, que cresceu de 37% para 39% no período. "Podemos interpretar que a alta dos juros e o endividamento tenham deixado o consumidor mais cauteloso ao assumir novas dívidas no cartão", diz Luiz Fernando Veiga, presidente da Abrasce. Para João Luiz Mascolo, professor de economia do Insper, são as incertezas de ano eleitoral que intimidam a população, estimulando o pagamento à vista. "Apesar de as pessoas não terem uma visão formal dos processos de ajustes que podem estar por vir, com aperto fiscal e desemprego no curto prazo, todo o mundo sente que o futuro é incerto. Daí o medo do crédito." A mudança para o comportamento mais conservador veio acompanhada de um crescimento também mais contido nas vendas. Mesmo com um número maior de shoppings inaugurados ao longo dos últimos 12 meses, a alta das vendas do setor se manteve em torno de 7,5% no primeiro semestre deste ano, o que corresponde a um patamar equivalente ao registrado em igual período do ano passado. A situação piorou em junho, devido à grande quantidade de feriados durante a Copa do Mundo.

GASTANDO POUCO
A pesquisa apontou alta no percentual de frequentadores pertencentes à classe C e D nos shoppings, de 24% em 2012 para 30% em 2014. Acompanhando uma tendência que vem desde 2006, o estudo identificou também um aumento acentuado do número de compradores neste ano. A parcela de visitantes que de fato realizaram compras nas lojas subiu de 40% em 2006 para 48% em 2012 e atingiu 60% neste ano. Mas, mesmo com mais consumidores e um interesse crescente da classe média pelas compras em shoppings, a evolução do gasto médio dos visitantes não foi tão robusta. O chamado tíquete médio subiu só 1,7%, de R$ 161,23 em 2012 para R$ 164,00 neste ano – já descontada a inflação. "É um crescimento baixo", afirma Veiga. O grupo que mais elevou a frequência nos centros de compras foi o de jovens com menos de 29 anos. Houve também um recuo nas visitas de adultos acima dos 30 anos.
"Percebemos que os jovens que vão mais para passear estão frequentando mais", diz o presidente da Abrasce.
A presença dos jovens a passeio contribuiu para a elevação do tempo médio gasto dentro do shopping, que ficou em 76 minutos neste ano, ante 73 minutos há dois anos. Para o levantamento, feito pela empresa de pesquisa GfK a pedido da Abrasce, foram entrevistadas 3.749 pessoas em nove cidades em abril. 

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