Crítica de Claudionor Lima (em amarelo), publicada
no Facebook horas antes de ele ser detido por PMs
#COMENTÁRIO
Nós cidadãos, temos que ser e
somos eternamente gratos pelos serviços prestados pelas corporações policiais. Reconhecemos
as dificuldades com que trabalham, às vezes fazemos piadinhas, mas no fundo, no
fundo, sabemos que estaríamos em mau lençóis sem a presença do policiamento
próximo a nós. Digo isso porque em hipótese nenhuma, poderemos generalizar os
atos no mínimo desrespeitosos que às
vezes nos deparamos. Esse caso de Maringá é um exemplo típico da soberba e intocabilidade
que atinge alguns elementos da corporação. Por fazerem parte de uma respeitada
corporação, acham-se acima das leis e dos direitos
do cidadão que deveria estar protegendo.
PM Cordeiro (de prata) posa ao lado de Claudionor
Lima,
preso após criticar o policial no Facebook
O ato cometido por estes dois policiais, ao que parece, um deles era
graduado, pode-se ser considerado como vil, ultrajante, inquisidor e de uma
falta de respeito sem medidas. Não se pode por poderes nenhum ir até a casa do
cidadão, coagi-lo, algemá-lo e depois transportá-lo em uma viatura sem uma ordem judicial, eles não têm poder para
isso. O pior disso tudo mostrando total despreparo e desconhecimento das regras
da própria corporação, fazem essa tolice toda sem farda, com viatura de serviço,
postam fotos em poses de prisão em
redes sociais e como se não bastasse, ainda publicam comentários na rede social
vangloriando-se.
Marcelo Frank Siqueira (de preto) prende Claudionor
Lima,
após este criticar ação policial no Facebook
Não sei se é para ter raiva
ou chorar pelas atitudes, foi muita ignorância o que fizeram, se expuseram a
tudo o que um advogado quer. Isso poderá custar processos cíveis e também militar
dentro da corporação. Oooo ato impensado...
#Disse
Carlos Leonardo
Fonte: Folha
de São Paulo
#CONVITE
Como você vê esse
fato ocorrido?
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CARLOS OHARA - COLABORAÇÃO
PARA A FOLHA, EM MARINGÁ
(PR) - 25/08/2014
Quando Claudionor Lima, 33, gerente de uma empresa
de coleta de lixo urbano, postou no Facebook críticas a uma abordagem policial,
não imaginou que horas depois seria preso. Lima foi algemado e levado à
delegacia por PMs sem uniforme do município de Sarandi, no norte do Paraná, na
última quinta-feira (21). Um dos PMs havia sido criticado por Lima na página de
um site noticioso do Facebook. Antes de levarem Lima à delegacia, os policiais
ainda posaram para fotos com o homem algemado. Depois, as imagens foram
compartilhadas pelo aplicativo de celular Whatsapp.
Nesta segunda (25), a Comissão de Direitos Humanos
da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) de Maringá pediu ao Ministério Público a
instauração de uma ação criminal para apurar as práticas de abuso de autoridade
e de peculato por parte dos dois policiais militares. O presidente da comissão
da OAB de Maringá, Fulvio Stadler Kaipers, disse que a prisão de Lima foi
ilegal e que os policiais utilizaram o carro da PM "para satisfazer
interesses pessoais".
Segundo Kaipers, a prisão por crimes de difamação e
calúnia – que os policiais alegam ter sofrido – só pode ocorrer após
determinação judicial. Ele classificou a ação dos policiais de abusiva e disse
que os dois tentaram intimidar a população. "Quiseram estabelecer uma
mordaça e impor o medo. Como você vai se sentir seguro com uma polícia
assim?", indagou o advogado.
O CASO
Segundo Lima, na quarta-feira passada um veículo
que pertence à empresa onde ele trabalha foi parado em uma blitz de trânsito.
Ele foi chamado ao local pelo motorista, que estava sem o documento do carro e
com pneus "carecas".
Ao chegar ao local da blitz, Lima pediu aos policiais
que o veículo fosse encaminhado ao pátio da empresa antes da apreensão, já que
o carro estava carregado com "material infectante" recolhido em um
hospital.
Lima diz que os policiais não quiseram ouvir seus
argumentos e recolheram o veículo – que foi retirado do pátio da PM no dia
seguinte, após o pagamento de taxas e aplicação de multas. Insatisfeito com a
conduta de um soldado identificado como Cordeiro, que comandava a blitz, Lima
acessou a fanpage do site de notícias "Sarandi Online" e postou o seguinte
comentário: "Com puro abuso de autoridade, falta de bom senso por parte
dos policiais e principalmente pelo comandante da operação SOLDADO CORDEIRO,
que fizeram essa blitz com o único intuito de ferrar trabalhadores, sem o
mínimo de bom senso, ao invés de irem atrás de bandidos". Quase duas horas
depois, policiais militares foram à empresa onde Lima trabalha e o chamaram
para uma conversa. Na rua, o gerente foi algemado. Os soldados Cordeiro e
Marcelo Frank Siqueira – conhecido como Rambo – posaram para fotos com Lima de
algemas ao lado do carro da PM. Ao chegar na delegacia, ele foi ouvido e
liberado.
Assustado com a situação, Lima que é casado e pai
de dois filhos, disse que a direção da empresa onde trabalha estudar adotar
providências sobre o caso. "Minha mulher está grávida e ficou muito
abalada", disse. Procurado pela reportagem, o soldado Frank defendeu a
ação da dupla e disse que "é fácil criticar a polícia, a gente não tem voz
e não tem comando nenhum". "É fácil criticar o policial dizendo que
ele é um abusado. Eu conversei com o rapaz [Lima], que é gente boa, e ele nos
pediu desculpas. Serve como exemplo", afirmou. O comentário de Lima no
Facebook provocou mais críticas à atuação da PM. "Muito vagabundo que a
gente conhece aproveitou a situação para isso. A maioria já foi
identificada", disse Frank. Ele chegou a comentar na mesma página do
Facebook que havia prendido Lima – e ameaçou outro usuário que publicou
críticas à PM, dizendo que iria atrás dele. "Não esquenta não (sic) Givan
Joyce, já estamos indo", escreveu. Em nota, a Polícia Militar do Paraná
disse que defende o "direito de manifestação de pensamento" e que,
"para casos de ofensa, existe, juridicamente falando, a Procuradoria do
Estado", que faz a defesa em relação a ofensas cometidas contra o
funcionário público, incluindo policiais militares. No caso de Sarandi, no
entanto, o policial não prestou queixa contra Lima, ressaltou a nota. A PM
informou ainda que o Comando do 4º Batalhão da PM, sediado em Maringá,
determinou a abertura de uma sindicância para apurar as circunstâncias da ação
policial.
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