terça-feira, 26 de agosto de 2014

Comerciante é detido após criticar ação de PMs nas redes sociais


Crítica de Claudionor Lima (em amarelo), publicada no Facebook horas antes de ele ser detido por PMs


#COMENTÁRIO

Nós cidadãos, temos que ser e somos eternamente gratos pelos serviços prestados pelas corporações policiais. Reconhecemos as dificuldades com que trabalham, às vezes fazemos piadinhas, mas no fundo, no fundo, sabemos que estaríamos em mau lençóis sem a presença do policiamento próximo a nós. Digo isso porque em hipótese nenhuma, poderemos generalizar os atos no mínimo desrespeitosos que às vezes nos deparamos. Esse caso de Maringá é um exemplo típico da soberba e intocabilidade que atinge alguns elementos da corporação. Por fazerem parte de uma respeitada corporação, acham-se acima das leis e dos direitos do cidadão que deveria estar protegendo.

PM Cordeiro (de prata) posa ao lado de Claudionor Lima,
 preso após criticar o policial no Facebook          
O ato cometido por estes dois policiais, ao que parece, um deles era graduado, pode-se ser considerado como vil, ultrajante, inquisidor e de uma falta de respeito sem medidas. Não se pode por poderes nenhum ir até a casa do cidadão, coagi-lo, algemá-lo e depois transportá-lo em uma viatura sem uma ordem judicial, eles não têm poder para isso. O pior disso tudo mostrando total despreparo e desconhecimento das regras da própria corporação, fazem essa tolice toda sem farda, com viatura de serviço, postam fotos em poses de prisão em redes sociais e como se não bastasse, ainda publicam comentários na rede social vangloriando-se.
Marcelo Frank Siqueira (de preto) prende Claudionor Lima,
        após este criticar ação policial no Facebook

Não sei se é para ter raiva ou chorar pelas atitudes, foi muita ignorância o que fizeram, se expuseram a tudo o que um advogado quer. Isso poderá custar processos cíveis e também militar dentro da corporação. Oooo ato impensado...

#Disse


Carlos Leonardo



#CONVITE

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CARLOS OHARA - COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, EM MARINGÁ (PR) - 25/08/2014  

Quando Claudionor Lima, 33, gerente de uma empresa de coleta de lixo urbano, postou no Facebook críticas a uma abordagem policial, não imaginou que horas depois seria preso. Lima foi algemado e levado à delegacia por PMs sem uniforme do município de Sarandi, no norte do Paraná, na última quinta-feira (21). Um dos PMs havia sido criticado por Lima na página de um site noticioso do Facebook. Antes de levarem Lima à delegacia, os policiais ainda posaram para fotos com o homem algemado. Depois, as imagens foram compartilhadas pelo aplicativo de celular Whatsapp.
Nesta segunda (25), a Comissão de Direitos Humanos da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) de Maringá pediu ao Ministério Público a instauração de uma ação criminal para apurar as práticas de abuso de autoridade e de peculato por parte dos dois policiais militares. O presidente da comissão da OAB de Maringá, Fulvio Stadler Kaipers, disse que a prisão de Lima foi ilegal e que os policiais utilizaram o carro da PM "para satisfazer interesses pessoais".
Segundo Kaipers, a prisão por crimes de difamação e calúnia – que os policiais alegam ter sofrido – só pode ocorrer após determinação judicial. Ele classificou a ação dos policiais de abusiva e disse que os dois tentaram intimidar a população. "Quiseram estabelecer uma mordaça e impor o medo. Como você vai se sentir seguro com uma polícia assim?", indagou o advogado.

O CASO
Segundo Lima, na quarta-feira passada um veículo que pertence à empresa onde ele trabalha foi parado em uma blitz de trânsito. Ele foi chamado ao local pelo motorista, que estava sem o documento do carro e com pneus "carecas".
Ao chegar ao local da blitz, Lima pediu aos policiais que o veículo fosse encaminhado ao pátio da empresa antes da apreensão, já que o carro estava carregado com "material infectante" recolhido em um hospital.
Lima diz que os policiais não quiseram ouvir seus argumentos e recolheram o veículo – que foi retirado do pátio da PM no dia seguinte, após o pagamento de taxas e aplicação de multas. Insatisfeito com a conduta de um soldado identificado como Cordeiro, que comandava a blitz, Lima acessou a fanpage do site de notícias "Sarandi Online" e postou o seguinte comentário: "Com puro abuso de autoridade, falta de bom senso por parte dos policiais e principalmente pelo comandante da operação SOLDADO CORDEIRO, que fizeram essa blitz com o único intuito de ferrar trabalhadores, sem o mínimo de bom senso, ao invés de irem atrás de bandidos". Quase duas horas depois, policiais militares foram à empresa onde Lima trabalha e o chamaram para uma conversa. Na rua, o gerente foi algemado. Os soldados Cordeiro e Marcelo Frank Siqueira – conhecido como Rambo – posaram para fotos com Lima de algemas ao lado do carro da PM. Ao chegar na delegacia, ele foi ouvido e liberado.
Assustado com a situação, Lima que é casado e pai de dois filhos, disse que a direção da empresa onde trabalha estudar adotar providências sobre o caso. "Minha mulher está grávida e ficou muito abalada", disse. Procurado pela reportagem, o soldado Frank defendeu a ação da dupla e disse que "é fácil criticar a polícia, a gente não tem voz e não tem comando nenhum". "É fácil criticar o policial dizendo que ele é um abusado. Eu conversei com o rapaz [Lima], que é gente boa, e ele nos pediu desculpas. Serve como exemplo", afirmou. O comentário de Lima no Facebook provocou mais críticas à atuação da PM. "Muito vagabundo que a gente conhece aproveitou a situação para isso. A maioria já foi identificada", disse Frank. Ele chegou a comentar na mesma página do Facebook que havia prendido Lima – e ameaçou outro usuário que publicou críticas à PM, dizendo que iria atrás dele. "Não esquenta não (sic) Givan Joyce, já estamos indo", escreveu. Em nota, a Polícia Militar do Paraná disse que defende o "direito de manifestação de pensamento" e que, "para casos de ofensa, existe, juridicamente falando, a Procuradoria do Estado", que faz a defesa em relação a ofensas cometidas contra o funcionário público, incluindo policiais militares. No caso de Sarandi, no entanto, o policial não prestou queixa contra Lima, ressaltou a nota. A PM informou ainda que o Comando do 4º Batalhão da PM, sediado em Maringá, determinou a abertura de uma sindicância para apurar as circunstâncias da ação policial. 

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