terça-feira, 26 de agosto de 2014

Seca provoca corrida por poços artesianos no interior de São Paulo

 Condomínio em Vargem Grande Paulista investiu na instalação de poço artesiano para driblar escassez



#COMENTÁRIO

Tema de discussão política por candidatos a governo do estado de São Paulo, a terrível seca que está assolando o sudeste brasileiro está longo de aceitar as promessas e as desculpas dos candidatos para o seu fim. Uma realidade que está se tornando centro de atenções em função dos programas eleitorais dos candidatos, a seca já tinha começado no início do ano, criando problemas enormes a prefeituras o interior paulista. Existem cidades que estão com estado de calamidade pública declarado pela falta de água potável. Seus mananciais estão secando a uma velocidade muito grande, a população está sendo acudida por caminhões pipas e algumas o revezamento de fornecimento já se faz presente há um bom tempo.
A preocupação está se tornando um pesadelo pela cobertura muito forte por parte da imprensa de dos veículos de comunicação dos candidatos. As prévias de existência de chuvas não são muito animadoras e quando elas existem, são insuficientes para sanar o problema de falta de água. Como é de profundo conhecimento do nordestino, resta-nos aguardar esperançosos por um período farto de chuvas...

#Disse

Carlos Leonardo



#CONVITE
 
Você já tem falta de água em sua cidade? Conte-nos.

Dê sua opinião (clique no título da matéria para comentar).







-----------------------------------------------------------

LUCAS SAMPAIO - DE CAMPINAS - 25/08/2014  

Com mais de 2 milhões de pessoas sob racionamento oficial e rios cada vez mais secos, o interior de São Paulo vive agora uma corrida por poços artesianos – que começa a alcançar também a região metropolitana.
Os poços são uma alternativa viável de abastecimento de água, segundo especialistas consultados pela Folha, mas a expansão enfrenta dificuldades, como alto custo, excesso de demanda e lentidão na análise de licenças.
A procura pelo serviço aumentou, segundo as empresas do setor, e a espera para perfurar um poço pode chegar a 45 dias. "Tenho programação de obras até outubro", diz Hailton Bassan, gerente da Guirado & Guirado, de Indaiatuba (a 98 km de São Paulo). O número de licenças de perfuração concedidas aumentou 83% no segundo trimestre deste ano, na comparação com o mesmo período de 2013, segundo o Daee (Departamento de Águas e Energia Elétrica), órgão estadual que analisa os pedidos. Foram 178 contra 326 concessões emitidas no Estado. Um poço não custa menos de R$ 20 mil. As empresas também não garantem que haverá água nem que será de boa qualidade, e dizem que a licença pode demorar até um ano para sair. Apesar de tudo isso, a procura cresce. "O desespero é grande, o pessoal está querendo fazer poço até em casa", afirma Éverton Antunes, da Prosondas, de Indaiatuba. "Temos recebido muitas ligações de Guarulhos, Itu e Valinhos, cidades que mais têm sofrido com o racionamento", diz. As águas subterrâneas são utilizadas no abastecimento público em cerca de 75% dos municípios do Estado, principalmente na área do aquífero Guarani (reservatório subterrâneo do Estado), que abrange as regiões de Presidente Prudente, São José do Rio Preto e Ribeirão Preto. São 26.462 poços no Estado, segundo o Daee, dos quais 2.701 estão na capital (8%).
Nas regiões de São Paulo e Campinas, mais afetadas pela falta de chuva e pela crise do sistema Cantareira, há pouca água subterrânea, por isso quase todo o abastecimento público provém de águas superficiais (rios e mananciais). As subterrâneas (poços) são exploradas em caso de necessidade.
Mesmo assim, estima-se que sejam retirados cerca de 10 m³/s de água do solo na Grande São Paulo, metade do que é enviado para a região metropolitana pelo Cantareira hoje. Isso torna os poços artesianos a quarta maior fonte de água da região, atrás de três represas. "Em condições normais, nosso maior cliente é o industrial. Hoje, a procura está em todos os segmentos", diz Fernando Daleffe, da Edisonda, de Campinas. "Muitos condomínios, de casas ou apartamentos, têm nos procurado."

CONDOMÍNIO
Rodrigo Krisciunas está construindo um condomínio de dez casas em Vargem Grande Paulista (a 44 km da capital) e optou por fazer um poço artesiano em vez de ligar o empreendimento à rede de água da Sabesp. "Os condomínios têm de se virar. Se for esperar o governo, falta água", afirma ele, que gastou R$ 60 mil na obra. Ricardo Hirata, especialista da USP em águas subterrâneas, estima que existam 12 mil poços artesianos hoje na Grande São Paulo, dos quais 3.000 ou 4.000 são legalizados. Mais 800, afirma, deverão entrar em funcionamento entre o começo deste ano e o fim do próximo. "Vai ter uma corrida aos poços, disso eu não tenho dúvida", diz Júlio Cerqueira Cesar Neto, ex-diretor de planejamento do Daee. 

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Qual a sua opinião sobre isso?