segunda-feira, 25 de agosto de 2014

Ferguson é aqui


#COMENTÁRIO

Ocultos por trás de camuflagens religiosas em um País dito religioso ao extremo, segregações raciais são muito fortes e dissimuladas ao ponto de podermos apontar nossos dedos a atos e ações radicais que ocorrem em outros países.

Talvez pelo fato de ser a maioria não branca no Brasil, seja o agravante dessa discriminação camuflada, talvez pelo fato da maior renda per capita e a distribuição do poder estejam centradas nesse grupo de indivíduos, veja o quadro abaixo.
As agressões são mútuas e como as realidades são díspares, uns tentam tomar a qualquer custo o que o outro tem a mais e o outro lado se defende da única maneira possível para um sistema de cárceres superlotados, matando.
Nessa hora é que aparece a segregação racial, nas classes menos abastadas estão todas as raças e miscigenações existentes no Brasil, porém são representados por negros e pardos. E o resultado é isso que se apresenta nos dados da reportagem abaixo. Enquanto isso, continuamos apontando o nosso dedo aos países racistas.




#Disse

Carlos Leonardo



#CONVITE

Você aceita a opinião de que o Brasil é muito racista?

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Se a cada morte de um jovem negro, pela polícia no Brasil, segmentos da população saíssem às ruas tomados de revolta similar à ocorrida em Ferguson, nos EUA, viveríamos em convulsão diária.
Neste ano, foi divulgado um estudo da Universidade de São Carlos, coordenado por Jacqueline Sinhoretto. Mostra que, entre 2009 e 2011, 61% das pessoas mortas pela polícia de São Paulo eram pretas e pardas, e 77% tinham entre 15 e 29 anos. Em 79% dos casos, os responsáveis pelas mortes foram policiais brancos.
O repórter Alvaro Magalhães, do "Diário de S. Paulo", fez um levantamento com os registros da capital paulista em 2012. Deu 66% de pretos e pardos entre os mortos.
Não se deve esperar que a situação tenha melhorado desde então. Basta ver que, no Estado de São Paulo, a Polícia Militar matou 434 pessoas no primeiro semestre deste ano contra 269 do mesmo período do ano passado, aumento de 62%.
No Rio, os autos de resistência – eufemismo para esconder execuções, na maior parte dos casos – pularam de 200 no primeiro semestre de 2013 para 285 de janeiro a junho de 2014, um salto de 42,5% após cinco anos de queda das taxas. Ao longo de todo o ano de 2012, a polícia de Nova York matou 16 pessoas.
Divulgado em maio passado, o Mapa da Violência, coordenado por Julio Jacobo Waiselfisz para o governo federal, aponta que, em 2010, último ano do levantamento, 75,1% das vítimas de homicídios no país foram pretas e pardas. Em 2002, a taxa era de 62,2%.
Tentando se proteger em condomínios fechados e usando codinomes para vociferar na internet, os mais abastados acham que polícia é milícia: não precisa seguir as leis, pois sua função é matar preto pobre.
No dia em que Rio de Janeiro ou São Paulo virar uma grande Ferguson, não haverá policial suficiente para fechar a panela. 

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