#COMENTÁRIO
Ocultos por trás de camuflagens religiosas em um País dito religioso ao extremo, segregações raciais
são muito fortes e dissimuladas ao ponto de podermos apontar nossos dedos a
atos e ações radicais que ocorrem em outros países.
Talvez pelo fato de ser a maioria não
branca no Brasil, seja o agravante dessa discriminação camuflada, talvez
pelo fato da maior renda per capita e a distribuição do poder estejam centradas
nesse grupo de indivíduos, veja o
quadro abaixo.
As agressões são mútuas e como as realidades são díspares, uns tentam
tomar a qualquer custo o que o outro tem a mais e o outro lado se defende da
única maneira possível para um sistema de cárceres superlotados, matando.
Nessa hora é que aparece a segregação
racial, nas classes menos abastadas estão
todas as raças e miscigenações existentes no Brasil, porém são representados
por negros e pardos. E o resultado é isso que se apresenta nos dados da
reportagem abaixo. Enquanto isso, continuamos apontando o nosso dedo aos países racistas.
#Disse
Carlos Leonardo
Fonte: Folha
de São Paulo
#CONVITE
Você aceita a opinião
de que o Brasil é muito racista?
Dê sua opinião (clique no título da matéria para comentar).
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Se a cada morte de um jovem negro, pela polícia no
Brasil, segmentos da população saíssem às ruas tomados de revolta similar à
ocorrida em Ferguson, nos EUA, viveríamos em convulsão diária.
Neste ano, foi divulgado um estudo da Universidade
de São Carlos, coordenado por Jacqueline Sinhoretto. Mostra que, entre 2009 e
2011, 61% das pessoas mortas pela polícia de São Paulo eram pretas e pardas, e
77% tinham entre 15 e 29 anos. Em 79% dos casos, os responsáveis pelas mortes
foram policiais brancos.
O repórter Alvaro Magalhães, do "Diário de S.
Paulo", fez um levantamento com os registros da capital paulista em 2012.
Deu 66% de pretos e pardos entre os mortos.
Não se deve esperar que a situação tenha melhorado
desde então. Basta ver que, no Estado de São Paulo, a Polícia Militar matou 434
pessoas no primeiro semestre deste ano contra 269 do mesmo período do ano
passado, aumento de 62%.
No Rio, os autos de resistência – eufemismo para
esconder execuções, na maior parte dos casos – pularam de 200 no primeiro
semestre de 2013 para 285 de janeiro a junho de 2014, um salto de 42,5% após
cinco anos de queda das taxas. Ao longo de todo o ano de 2012, a polícia de
Nova York matou 16 pessoas.
Divulgado em maio passado, o Mapa da Violência,
coordenado por Julio Jacobo Waiselfisz para o governo federal, aponta que, em
2010, último ano do levantamento, 75,1% das vítimas de homicídios no país foram
pretas e pardas. Em 2002, a taxa era de 62,2%.
Tentando se proteger em condomínios fechados e
usando codinomes para vociferar na internet, os mais abastados acham que
polícia é milícia: não precisa seguir as leis, pois sua função é matar preto
pobre.
No dia em que Rio de Janeiro ou São Paulo virar uma
grande Ferguson, não haverá policial suficiente para fechar a panela.
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